Festas da Senhora do Rosário 2025 - Tróia

Programa
6 a 8 Agosto (Quarta a Sexta)
21:00 – Tríduo em honra de Nossa Senhora na Igreja de S. Sebastião em Setúbal
9 Agosto (Sábado)
08:00 – Alvorada em Setúbal
15:00 – Missa por alma dos marítimos falecidos e familiares na Igreja de S. Sebastião
15:45 – Procissão para Tróia, acompanhada pelas bandas da Capricho Setubalense e Banda Musical Charranga de Sarilhos Grandes
21:30 – Procissão de Velas pela praia
22:00 – Baile e Arraial com o vocalista João Carlos
10 Agosto (Domingo)
08:00 – Alvorada em Tróia
10:30 – Missa seguida de Procissão pela praia acompanhada da Banda Musical Charranga de Sarilhos Grandes
16:00 – Divertimentos na praia
17:00 – Concurso de Barcos Engalanados
22:00 – Baile e Arraial com o vocalista André Patrão
24:00 – Fogo de Artifício
11 Agosto (Segunda)
10:00 – Missa por alma dos marítimos falecidos e familiares
11:00 – Divertimentos na praia
11:30 – Entrega de prémios do concurso de Barcos Engalanados
16:30 – Círio Fluvial para Setúbal
Há celebrações que nos tocam fundo. E depois há a Festa da Senhora do Rosário, em Tróia, que consegue ser tudo ao mesmo tempo: uma romaria cheia de alma, um reencontro com raízes marítimas e uma festa de verão como só o povo sabe fazer. Em 2025, o evento decorre de 6 a 11 de agosto, mas não se engane — isto não é apenas mais um fim de semana festivo. É uma experiência emocional, social e profundamente cultural que começa muito antes de pisar a areia.
Antes da travessia, a devoção em terra
De quarta a sexta (6 a 8 de agosto), os corações aquecem-se em Setúbal com o tradicional Tríduo em honra de Nossa Senhora, na Igreja de S. Sebastião. Três noites seguidas de oração — simples, humildes, mas carregadas de significado. Para muitos, é aqui que começa a festa: num banco de igreja, com os pés no chão mas o espírito já a atravessar o Sado rumo a Tróia.
Sábado, 9 de agosto: entre alvoradas, fé e música à beira-mar
O sábado arranca cedo. Muito cedo. Às 08:00, a alvorada em Setúbal marca o início do grande dia. À tarde, celebra-se a missa pelos marítimos e seus familiares — gente do mar, com histórias contadas em sussurros e olhos que já viram de tudo.
Logo a seguir, há procissão para Tróia, acompanhada por duas bandas — a histórica Capricho Setubalense e a animada Charranga de Sarilhos Grandes. O som é quase um chamamento: trompetes, bombos e clarinetes cruzam o rio como se levassem promessas ao colo. E depois? Depois vem a magia das velas pela praia, às 21:30. Uma das imagens mais comoventes do verão setubalense. É o tipo de coisa que nos cala por dentro. Só se ouve o mar e o murmúrio das orações.
Mas a noite não termina assim. Às 22:00, começa o baile com João Carlos — voz daquelas que sabem puxar por um público que não precisa de muito para abanar o pé. Arraial, cheiro a fartura, gargalhadas soltas. Há festa, sim, mas há também memória e identidade.
Domingo, 10 de agosto: entre procissões, barcos e fogo no céu
No domingo, quem acorda com o som da alvorada em Tróia já sabe: o dia vai ser cheio. A missa da manhã é seguida de procissão pela praia, mais uma vez ao som da Charranga — que, diga-se, tem um talento especial para transformar areia em avenida.
À tarde, os divertimentos na praia ganham espaço. As famílias estendem toalhas, as crianças correm entre tendas e o sal na pele confunde-se com o açúcar das farturas. Às 17:00, chega um dos momentos mais esperados: o Concurso de Barcos Engalanados. Barcos que são autênticas obras de arte flutuantes, com flores, bandeiras e devoção a bordo. É bonito de ver — e difícil de julgar.
Quando o sol se põe, o palco aquece com André Patrão, a partir das 22:00. E lá para a meia-noite, quando já achávamos que nada nos podia surpreender mais… o céu explode em fogo de artifício. E não é só cor. É emoção pura. É o “uau” que sai mesmo sem querer.
Segunda-feira, 11 de agosto: o regresso com sal nos olhos
O último dia começa com mais uma missa pelos marítimos, agora em Tróia. A manhã tem sabor a despedida, mas também a reconhecimento. Às 11:30, são entregues os prémios do concurso, e entre risos e palmas, já se começa a falar… da edição do próximo ano.
Às 16:30, o Círio Fluvial de regresso a Setúbal fecha a festa com chave de ouro. É um momento simbólico: a imagem de Nossa Senhora volta à cidade, acompanhada por dezenas de barcos, como uma pequena armada de fé.
Então, o que faz desta festa tão especial?
Não é só a localização — embora Tróia, com aquele mar azul e areia dourada, já ajudasse muito. Não é apenas a fé, nem os concertos, nem o cheiro a churros. É o todo. É essa mistura única de devoção, mar, tradição e comunidade que transforma uma simples festa num ritual coletivo.
Se há lugar onde o passado encontra o presente com elegância e alegria, é aqui. De 6 a 11 de agosto, Tróia não é só destino de férias. É ponto de encontro, de emoção, de herança viva. E quem já foi, volta. Porque há coisas que o coração nunca esquece.