Festas de São João 2025 - Figueiró dos Vinhos

Programa
20 de Junho
10h00 – Animação de Rua – São 7, Mas Eu ‘N’Bebo
18h00 – Jardim Municipal – Abertura
19h00 – Atuação dos alunos AEFV
22h00 – Carolina Deslandes
00h00 – Insert Coin
01h00 – Funkelada
21 de Junho
18h00 – Jardim Municipal – Concerto Filarmónica Figueiroense
21h30 – The Gift
23h30 – Deejay Télio
00h30 – DJ Nuno Machado
22 de Junho
14h30 – Jardim Municipal – Festival de Folclore com os convidados: Rancho Folclórico da Golegã, Rancho Folclórico da Casa da Cultura e Recreio de Vila Facaia
20h30 – Elsa Gomes
22h00 – Maninho
23 de Junho
18h00 – Jardim Municipal – Mónica Sintra
21h00 – Marchas Populares
22h00 – Sardinhada
00h00 – As Band
01h00 – Fogo de Artifício
02h30 – DJ Quim das Remisturas
24 de Junho
10h00 – Praça do Município – Comemoração do Dia do Concelho – Hastear da Bandeira
10h30 – Casa da Cultura – Sessão Solene Assembleia Municipal – Atuação de Ana Leonor Pereira (soprano) e Manuela Fonseca (piano)
16h00 – Igreja Matriz – Cerimónias Religiosas em Honra de S. João Baptista
18h00 – Jardim Municipal – Festival de Concertinas
21h30 – Marchas Populares
Se há festas que ficam na pele, o São João de Figueiró dos Vinhos é uma delas. E não é por acaso. É pelo cheiro a sardinha no ar, pelas marchas que arrepiam, pelo calor da música que nos agarra pelos ombros e não nos larga até ao último acorde. De 20 a 24 de junho, esta vila no coração da serra transforma-se num palco aberto onde tradição e modernidade dançam lado a lado. Literalmente.
E sabe bem, sabe mesmo bem. Porque não é só uma festa — é uma desculpa bonita para reencontrar amigos, matar saudades da terra, deixar os miúdos correr à solta e os avós sorrirem com gosto. É o tipo de evento que não se explica; vive-se.
Sexta-feira a abrir com tudo (e com Carolina Deslandes)
Logo na sexta, o São João mostra ao que vem. A Expo Associações e as tasquinhas abrem com aquele misto de orgulho local e aroma a chouriço assado que nos faz salivar antes mesmo de decidir o que comer. De repente, estás a conversar com alguém que não vias há dez anos com um copo na mão e a rir de histórias antigas como se fosse ontem.
E quando a noite cai? Entra em cena Carolina Deslandes — com aquela voz crua, quente, que parece feita para noites de junho. A seguir, Insert Coin e Funkelada não deixam que o ritmo abrande. Se havia dúvidas, elas ficam todas dissipadas aí: a festa é séria, mas a diversão é levada a peito.
Sábado: da Filarmónica ao baile com The Gift
Sábado começa mais suave, mas não menos emotivo. A Filarmónica Figueiroense toca à tarde, e é aquele momento em que o tempo abranda. As pessoas ouvem com o coração, porque muitas daquelas melodias fizeram parte de casamentos, festas, até despedidas.
À noite, The Gift sobem ao palco. E, sinceramente, poucas bandas conseguem criar aquela mistura estranha de eletricidade e nostalgia como eles. A seguir, Deejay Télio e DJ Nuno Machado entram para virar a noite do avesso, porque — vamos ser francos — ninguém vem para Figueiró dos Vinhos só para estar quieto.
Domingo de raiz: ranchos, folclore e Maninho
Domingo muda de tom, mas não de intensidade. É dia de folclore, daqueles a sério. Com trajes, danças, risos e um orgulho que se nota no olhar de quem pisa o palco. Ranchos da Golegã e Vila Facaia trazem para o centro da festa aquilo que é o coração desta região: a memória viva.
À noite, Elsa Gomes aquece o palco, e Maninho… bem, Maninho é daquelas presenças que junta miúdos e graúdos numa mesma vibração. Um concerto dele é como aquela sobremesa que ninguém admite que repetiu — mas repetiu, e sem vergonha.
Segunda: marchas, sardinhas e um céu a brilhar
Na segunda-feira, a coisa fica íntima. As Marchas Populares tomam conta da vila. Os fatos, as coreografias, a preparação que começou meses antes — tudo culmina ali, em frente a todos, com orgulho e emoção no rosto de cada um. É impossível não bater palmas.
Depois vem a sardinhada. E aqui, se me permites, há que parar e prestar respeito: pão, sardinha e vinho. Nada mais, nada menos. Um trio imbatível, com sabor a infância e a festa de bairro.
Mónica Sintra sobe ao palco com aqueles clássicos que ainda sabemos de cor, e quando As Band entram, já o povo está solto. A noite fecha com DJ Quim das Remisturas e fogo-de-artifício. Não há luxo, mas há alma. E isso vale muito mais.
Terça: o fechar de cortina com cerimónia
No Dia do Concelho, o tom muda. A bandeira sobe devagar, com respeito. Há missa, há procissão, há silêncio. E há também aquele sentimento agridoce — porque sim, a festa foi longa e intensa, mas já está a chegar ao fim.
Ainda há tempo para mais música: festival de concertinas, novas marchas, abraços que apertam mais do que o habitual. É o tipo de dia em que as fotos saem mais espontâneas. Ninguém quer que acabe, mas ninguém quer que dure só por durar.
E depois?
Depois fica a memória. O cheiro a erva molhada depois do fogo-de-artifício. Os risos que ecoam pelas ruas. Os pés cansados. A voz rouca. Os olhos brilhantes.
São João de Figueiró dos Vinhos é mais do que uma festa. É uma pertença. Um regresso a algo que não sabíamos que estávamos a precisar. E se nunca foste, talvez este seja o ano certo. Porque, entre nós, há festas… e há o São João em Figueiró.