T-Rex

Quem é, então, este T-Rex?

Para todos os que não têm ouvido rádio nos últimos tempos, ou que o algoritmo do Spotify por um possível bug ainda não recomendou T-Rex, vamos lá conhecer um pouco melhor quem é este jovem.

Nascido Daniel Benjamin no dia 11 de Setembro de 1996, no bairro da Ilha do Jacaré, em Campolide, Lisboa. Poucos anos depois foi parar ao Monte Abraão, Linha de Sintra, um dos principais berços do hip hop nacional.

T-Rex em concerto

Se existe um espaço em Portugal onde o rap português desenvolveu nas últimas duas décadas mais rappers foi a LS, e foi aqui que sempre inspirou em muitos ídolos como era o caso de NGA ou da Força Suprema.

Mas ao contrário do seu ídolo, ele não apenas o rapper importado dos Estados Unidos, mas flirta com o soul, afrobeat ou R&B.

O puto da Linha que virou orgulho nacional

O EP Chá de Camomila mostrou pela primeira vez T-Rex ao mundo. Com apenas 22 anos, T-Rex abria a caixa de Pandora mostrando que a sua música era muito mais do que música urbana. É arte. Cada música é um ambiente onde o ouvinte entra num mundo diferente.

A Linha de Sintra é a inspiração para muitos, mas T-Rex conta as histórias de uma forma diferente. A sua forma. Mas ele rapidamente deixou de ser da linha de Sintra e passou a ser nacional. O orgulho não apenas da LS mas em todo o Portugal por onde vai atuando.

A grandeza sem espalhafato

T-Rex nunca precisou de se colocar em bicos de pés para mostrar a sua arte, e mesmo com uma estrutura franzina, rapidamente se tornou um monstro na galeria dos melhores rappers nacionais.

T-Rex

Rapidamente os seus temas foram circulando não só nas rádios, mas também no local onde hoje em dia a música é ouvida: no Spotify. Em 2023, foi considerado o artista mais ouvido no Spotify e isso não se deve apenas ao algoritmo da plataforma, mas sim à capacidade do artista em ir renovando o seu trabalho.

O EP que mudou tudo

Gota D’Espaço foi o EP que tudo mudou. Com apenas 25 minutos, T-Rex deu tudo neste EP em 2020. “Tinoni” mostrava um rapper puro, pronto da desbravar caminhos que outros para trás criaram. Recorde-se que o hip hop tuga teve como principais pioneeiros nos anos 90, grupos e rappers como Boss AC, General D entre muitos outros, e estes que agora se apresentam são os “netos do hip hop”.

Mas a música que antes era motivo para mudar a estação da rádio, hoje é motivo para rappers como T-Rex mal consigam ir ao centro comercial de tão conhecidos que se tornaram. É o preço do sucesso, e no caso de T-Rex bastaram 25 minutos, que transformaram em 180 graus a sua vida.

Um artista sem rótulos

Por incrível que pareça, T-Rex não quer ser rotulado como rapper, com este ou aquele estilo. T-Rex é um poeta que constrói rimas como se fossem elementos premium, não como música a martelo que tem de ser lançada de tempos a tempos. Varia o ritmo do beat mais violento, com melodias mais suaves. É um toca e foge constante da atenção nas rimas de T-Rex.

“Levar a música feita em português para outro patamar”

Em entrevista ao Público, T-Rex indica que gostava de elevar a música portuguesa a outro patamar. De certo que ao contrário de outros estilos musicais como é o caso do fado, o hip hop tuga ainda não é propriamente uma referência no panorama europeu ou mundial. As referências do rap português foram grandes dentro de fronteiras mas nunca houve uma internacionalização como houve com Amália, Madredeus ou mesmo Buraka Som Sistema.

Mas é graças ao afrobeat que vai colocando aqui, que T-Rex poderá chamar outros desejos à sua música. Por enquanto, entre outros prémios já foi considerado o Melhor Álbum nos Prémios Play em 2024, tendo actuado no mesmo ano num dos maiores festivais nacionais: o NOS Alive.

T-Rex

Em nome próprio já encheu várias salas em Lisboa, tendo sido relevantes para a sua carreira dos dois concertos que deu nos coliseus do Porto e de Lisboa. Para um artista com pouco mais de 25 anos, esgotar duas das salas mais importantes de Portugal só demonstra ambição na continuação de produzir as melhores rimas.

E agora?

T-Rex está só a começar e por mais que se diga que o sucesso na música hoje em dia é efémero, T-Rex já marcou a presença no olimpo do rap nacional. E por incrível que pareça ainda agora está a começar, porque daqui para a frente existe muito caminho para fazer. Não só em Portugal, mas também por exemplo em Angola onde tem múltiplas solicitações para atuar.

T-Rex

Angola é nos últimos anos uma mina de ouro para os rappers nacionais de origens provenientes dos PALOPs. Tal como T-Rex, o seu ídolo, NGA foi mais facilmente reconhecido em Angola, tendo enchido mais facilmente estádios em várias localidade angolanas, quando em Portugal ainda andava de discoteca em discoteca a mostrar os últimos hits.

Vale mesmo a pena ouvir?

T-Rex não é apenas ais um rapper. Se questionas se vale a pena ouvir, entende que isto não é rap apenas para ouvir no ginásio. T-Rex é um artista para ser ouvido no sofá com atenção para reter bem cada rima, palavra por palavra. As rimas de T-Rex serão certamente rimas como Slow J ou outros grandes rappers nacionais onde cada rima de cada som é como vinho do Porto, quanto mais velho melhor.

No fim, o que fica?

Esta é a prova que não interessa de onde vens mas o que fazes com a força que tens dentro de ti. Dar uma oportunidade a T-Rex de o ver ao vivo, é fazer uma escolha de ter uma experiência diferente da maior parte do rap que anda por aí. T-Rex promete nos próximos anos continuar a mostrar o melhor que escreve, continuando a responder com o melhor, não esperando prémios mas uma continuação da adesão do seu público aos concertos.

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