Rock in Rio Lisboa
O Rock in Rio é um Festival que desde o início veio para dominar o cenário musical português. Apesar de no início dos anos 2000 já existirem festivais por Portugal nenhum deles tentou rivalizar com o festival que vinha importado do Rio de Janeiro.
As histórias dentro da história
É conhecido que um festival é feito de música, mas o Rock In Rio sempre foi o cruzamento entre alguns dos melhores artistas mundiais com os artistas nacionais, criando homenagens e reconhecimento de artistas que doutra for nunca se cruzariam.
Alguém se lembra quando os Da Weasel foram homenageados no palco pelos Red Hot Chilli Peppers? Isso aconteceu em 2006, nos bastidores do Rock In Rio de Lisboa. Não foi a primeira vez que se encontraram foi neste momento que se proporcionou este momento único.
Lisboa entrou no mapa dos festivais de música
Ainda outros festivais não tinham pensado em tornarem-se festivais mais para estrangeiros que portugueses, já o Rock In Rio tinha essa ideia de colocar Lisboa no mapa das digressões dos principais artistas mundiais.
Quando Roberto Medina trouxe o conceito do festival para Portugal, houve quem pensasse que esta era apenas uma ideia megalómana, uma vez que os portugueses não estavam habituados a ir em massa a um concerto com mais de 10 ou 20 mil pessoas. Mas tudo mudou com o Rock In Rio.
O Parque da Belavista, que hoje em dia é mais reconhecido como o Parque do Rock In Rio, foi “formatado” para receber este grande festival. foram 260 mil metros quadrados que criavam dois anfiteatros naturais para concertos, sendo que um tinha uma lotação de perto de 100 mil pessoas.
Primeira edição em 2004
Ao contrário de muitos festivais, o Rock In Rio iria apresentar vários artistas ao mesmo tempo. O terreno acidentado permitia que o som não passasse de plateia para plateia, permitindo que apesar de existirem vários concertos ao mesmo tempo, ninguém ouvisse dois concertos ao mesmo tempo.
Artistas coisa Paul McCartney, Peter Gabriel, Foo Fignters, Metallica, Britney Spears e Sting entre muitos outros estivesse num festival único.
Era suposto que cada dia tivesse um tipo de música único podendo agregar mais valor a toda a população. Ao contrário do nome, o Rock In Rio não se cingia apenas ao Rock, era muito mais. Trazia 20 artistas que dificilmente iriam estar num só ano em Portugal. E o Rock In Rio permitia que os espetadores pudessem vê-los em apenas 5 dias.
Foram mais de 380 mil pessoas que passaram as portas do Parque da Belavista, num evento único.
Nos anos seguintes
O Rock In Rio continuou a amadurecer, ano sim ano não. Existiam muitos portugueses que queriam o Rock In Rio todos os anos, mas a tradição dizia que de dois em dois anos era o tempo ideal para que o festival tivesse o sucesso que já era habitual no Brasil.
No Palco Mundo, palco principal do evento continuaram a passar artistas que dificilmente passavam por Portugal, e só a muito custo passavam no Pavilhão Atlântico (actual MEO Arena). Shakira, Guns N Roses, Amy Whinehouse, Bon Jovi, Rod Stewart entre tantos outros. É difícil pensar num grande grupo ou artista que nunca tenha passado pelo palco principal do Rock In Rio. Até os Queen mas esses foi no original, no Rock In Rio, no Rio de Janeiro.
Rio De Janeiro: a semente
Na verdade, o Rock In Rio Lisboa é um franchising do Rock In Rio Lisboa. Depois passou pela Espanha, pelos Estados Unidos. No entanto, o primeiro Rock in Rio recebeu cerca de 1.5 milhões de pessoas recebendo na primeira edição Iron Maiden ou Scorpions… sem esquecer outra banda que na altura estava na berra… os Queen.
Apesar de muita polémica que foi criada na presença das bandas internacionais por comparação dos grupos brasileiros, o Rock In Rio sempre foi uma referência no panorama musical mundial. Provavelmente, é considerado um dos 10 maiores festivais do mundo, e certamente um dos maiores da América do Sul. E os portugueses orgulham-se de receber mais uma vez, alguns dos maiores mundiais.
Mudança de Local
Apesar dos portugueses reconhecerem o Parque da Belavista como o Parque do Rock In Rio, e ser o “recinto perfeito” para o festival, depois da vinda do Papa Francisco a Portugal tudo mudou. O investimento feito pela Câmara Municipal de Lisboa na restruturação da zona oriental do Parque das Nações, levou a que o Rock In Rio em 2024 fosse realizado neste local pela primeira vez.
Houve múltiplos comentários dos festivaleiros, uns mais positivos, outros a dizerem coisas que podiam ser melhoradas. 20 anos num local, leva a que as pessoas tenham algum atrito à mudança. Não existir metro quase à porta do Rock In Rio, não haver estacionamento, e o recinto ser completamente diferente do parque original levou a algum descontentamento.
No entanto, a organização avisou ainda não tinha terminado a edição de 2024, que a edição seguinte iria se repetir naquele recinto. Algumas alterações terão de ser feitas para que exista uma satisfação plena, mas a organização do Rock In Rio tudo fará para que o público volte em força como sempre foram ao Parque da Belavista.
O Festival que não envelhece
Se existe festival que continua a ter o seu público ano após ano é o Rock In Rio. O cartaz sempre foi contruído para várias gerações e embora, o dia da nostalgia fosse quase esquecido, e o rock seja cada vez menos, continua a ser vista uma mescla de gerações no público. Já não são muitos aqueles que com 60 anos foram ver Paul McCartney. Mas o cartaz foi adaptado ao público que quer ver concertos nos dias de hoje.
Dias como os de Rolling Stones ou Queen com Adam Lambert não são esquecidos, mas hoje em dia o público talvez deseje mais ver grupos como Linkin Park (que só por si já trás nostalgia), Coldplay ou mesmo Anitta. E aí entramos nos queridinhos da Roberta.
Os queridinhos da Roberta
Roberta Medina é uma das grandes responsáveis do Rock In Rio Lisboa. Sempre foi a big boss que deu a cara para bater quando as coisas corriam bem ou… quando chovia.
E sempre houve alguns grupos e artistas que estiveram muitas vezes no palco do Rock In Rio.
A primeira que nos vem á cabeça foi Ivete Sangalo. Ela é a confirmação no cartaz do Rock In Rio mesmo antes do Rock in Rio ser confirmado. Presença em quase todas as edições do festival, ela já chegou a cantar em dois dias seguidos no festival, uma vez que Ariana Grande cancelou à última da hora. Quem eles foram buscar como “reserva”? Ivete que tinha actuado no dia anterior.
Anitta é outra brasileira que já começa a fazer parte da mobilia do Rock In Rio Lisboa. Continua a juntar multidões no Brasil e em Portugal continua a balançar muita coisa no Palco Mundo do Rock In Rio.
Mas nem só de brasileiros é feita esta lista. A maior banda de rock nacional, os Xutos e Pontapés são presença habitual no Rock In Rio. E é tão normal que já é feita a 10 coisas que os Xutos fizeram de diferente no Rock In Rio. Uma delas foi cantar no palco com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
O que há mais para inovar no Rock In Rio
De edição para edição é normal que o Rock In Rio traga novidades. Umas vão ficando como a Rock Street, outras apareceram em algumas edições e desapareceram, muitas vezes acompanhando o que os patrocinadores desejavam.
O Rock In Rio continua a mostrar alguns novos talentos nacionais seja no hip hop, seja na música popular, ou mesmo na música africana que gera alguns dos concertos mais desejados pelos festivaleiros. Quem não se lembra de Bonga a passar pelo Rock In Rio?
Razões para voltar ao Rock In Rio
Nos últimos anos, o Rock In Rio tornou-se um festival guilty pleasure de muitos. Já não há mais a loucura dos sofás da Vodafone, as cabeleiras do Millenium, e o pó podia ser menos. Nem o palco do papa foi usado como muitos estavam à espera.
Mas há sempre boas razões para voltar ao Rock In Rio. A criação de memórias, o convívio com os amigos e a música. Por muito que não gostemos de algumas coisas… este festival continua a apresentar cartazes únicos com artistas que raramente vêm a Portugal. Que outro festival traria Scorpions, Evanescece, Europe e Extreme no mesmo dia como aconteceu em 2024 com o Rock In Rio? Esta é a principal razão pela qual o Rock In Rio continuará a arrastar pessoas para o seu recinto. Seja ele onde for.