Concentração Motard de Góis 2025

Programa
Concentração Motard de Góis 2025: ferro, fumo e fraternidade no coração da serra
Há festas que se ouvem antes de se verem. Outras que se sentem no peito antes de pisar o recinto. A Concentração Motard de Góis é das duas. E mais. É barulho bom, cheiro a borracha e liberdade. É aquele tipo de evento que, mesmo que nunca tenhas subido a uma mota, te faz querer ir. Só para pertencer, nem que seja por uns dias, a esta tribo de estrada.
Em 2025, Góis volta a ser o epicentro da paixão motard em Portugal. E se nunca lá foste, prepara-te: isto não é só um encontro de gente que anda de capacete. É uma celebração com alma — com roncos que ecoam na serra e corações que batem ao mesmo ritmo dos pistões.
Mas afinal, o que é que Góis tem?
É uma vila pequena, é verdade. Mas durante a concentração, transforma-se. É como se ganhasse outra pele. Ruas cheias, tendas montadas por todo o lado, bandeiras ao vento, gente de todos os cantos do país (e não só) com o mesmo olhar — aquele meio selvagem, meio cúmplice, de quem vive para a estrada.
E não é só pelo som das motas ou pelas curvas da serra da Lousã. É pelo ambiente. Pela comida a pingar gordura boa nas tasquinhas. Pela cerveja fresca que nunca dura muito no copo. Pelas conversas até às tantas, com desconhecidos que parecem amigos de infância. Pela música ao vivo que enche o vale, desde o rock clássico ao metal mais pesado — e, vá, às vezes até uns covers manhosos que soam a ouro quando já é de madrugada.
Não é só ronco, é ritual
A Concentração de Góis tem o seu próprio ritmo, quase como uma liturgia: chega-se, monta-se tenda (ou abre-se o alforje da roulote), vai-se ao bar da concentração buscar o copo oficial, veste-se o colete — com os emblemas todos, claro — e o resto flui.
Passeios organizados pelas serras, demonstrações de acrobacias de cortar a respiração, exposições de motas raras e clássicas, batismos motards para os mais novos (sim, é mesmo uma coisa) e, claro, o lendário desfile noturno pelas ruas de Góis. Um momento que arrepia — com luzes, motores e aquele silêncio respeitoso da multidão a ver passar cada mota como se fosse sagrada.
É curioso: quem nunca foi acha que é só barulho. Quem vai uma vez… volta. Porque percebe que há respeito. Há irmandade. Há histórias partilhadas entre tachos, escapes e quilómetros. E há aquela sensação de que ali ninguém está sozinho. Mesmo quando vem só.
Mas e quem não tem mota?
Pode parecer estranho, mas a Concentração Motard de Góis não é só para motards. É também para os curiosos. Para os que adoram música ao vivo. Para os que querem viver um fim de semana diferente. Para quem gosta de gente — da que ri alto, da que tem tatuagens que contam histórias, da que chega e logo te convida para um copo. Há lugar para todos. Desde que venham com espírito livre.
Além disso, Góis é bonito como tudo. Mesmo sem concentração, já valia a visita. Com ela, então, torna-se inesquecível. O rio Ceira ali ao lado, as praias fluviais com água transparente, a sombra dos castanheiros, e aquela gastronomia serrana que pede pão a sério e vinho tinto que aquece até a alma. Um caldo verde de madrugada, depois de horas de concerto, nunca soube tão bem.
Então, já marcaste na agenda?
A edição de 2025 ainda não tem o cartaz final divulgado — mas, honestamente, isso nunca foi o mais importante. Porque o que conta é o espírito. É o rugido coletivo. É o abraço de um estranho com cheiro a estrada. É saber que durante uns dias, naquele canto da serra, há uma vila onde a liberdade ganha forma… e som.
Se ainda tens dúvidas, faz o seguinte: fecha os olhos, imagina o roncar de mil motas em uníssono, o cheiro a pinhal no ar, uma cerveja na mão e o sorriso rasgado de quem te diz: “Bem-vindo a Góis.”
E pronto. Estás dentro.