Concertos do Parque da Curia 2025 em Anadia

Programa
5 de julho
21:30 – Folk d’Ancas – Espiral
12 de julho
21:30 – Rão Kyao
19 de julho
21:30 – Miguel Ramiro
26 de julho
21:30 – Valter Lobo
9 de agosto
21:30 – Mário Mata
16 de agosto
21:30 – Doutor Roque
23 de agosto
21:30 – Tablao Flamenco
30 de agosto
21:30 – The Jukeboxers
6 de setembro
21:30 – Hard – Zeppelin Tribute
13 de setembro
21:30 – The Yankees
Concertos do Parque da Curia 2025: noites que sabem a verão
Há coisas que fazem o verão valer a pena. Sardinhadas, risos soltos, gelados que escorrem pela mão… e, claro, música ao vivo debaixo das estrelas. Este ano, os Concertos do Parque da Curia, em Anadia, trazem de novo essa magia — sem barulho em excesso, sem pretensões, só boa música, boa companhia e aquele fresco do arvoredo que não se encontra em lado nenhum.
Começa-se logo em julho, e quem conhece sabe: é ali, entre o coreto e os bancos de pedra, que as noites ganham outro ritmo. É onde vizinhos se reencontram, os filhos correm despreocupados e os mais crescidos voltam a ouvir aquela música que mexe cá dentro. São dez sábados seguidos, de 5 de julho a 13 de setembro, com concertos às 21h30 — e cada um com a sua alma.
Julho: do sopro da tradição ao folk moderno
A abrir a temporada, a 5 de julho, os Folk d’Ancas com “Espiral” levam-nos num passeio entre o antigo e o novo. Há raízes no som, mas também há ousadia — como se as concertinas tivessem descoberto o indie.
No sábado seguinte, a 12 de julho, Rão Kyao sobe ao palco com a sua flauta encantada. E aqui não há exagero: é mesmo encantada. Há uma leveza espiritual na forma como ele mistura o oriente com o fado, que dá vontade de fechar os olhos e deixar-se ir.
Miguel Ramiro entra a 19 de julho com voz firme e letras que parecem tiradas de cadernos antigos — daqueles com páginas amareladas e sentimentos à flor da pele.
E para fechar o mês, a 26, chega Valter Lobo. Um contador de histórias com guitarra ao peito, que nos faz sentir que cada canção é um segredo partilhado ao ouvido.
Agosto: memórias, humor e guitarras quentes
Agosto abre com Mário Mata, no dia 9 — e, convenhamos, quem nunca cantarolou “Não fiques para trás, ó rapariga” não tem infância completa. Há nostalgia, sim, mas também gargalhada e crítica bem-humorada.
A 16 de agosto, Doutor Roque traz um diagnóstico certeiro: dose certa de rock clássico com aquele toque português. É daqueles concertos em que os pés começam a bater no chão sem autorização.
No dia 23, muda-se o ritmo com Tablao Flamenco. Sapateado, palmas e emoção em carne viva — quase se sente o cheiro a Andaluzia no ar.
Depois, a 30, a festa é dos The Jukeboxers, com covers pop e rock que atravessam décadas. Sabe aquela sensação de ouvir uma música e voltar a um verão específico da adolescência? É isso — vezes dez.
Setembro fecha com o volume no máximo (e o coração cheio)
A reta final não abrandará: a 6 de setembro, os Hard – Zeppelin Tribute vão soprar os cabelos para trás com solos que fazem vibrar as costelas. E mesmo quem não cresceu com Led Zeppelin vai perceber por que é que continuam a ser lenda viva.
Por fim, a 13, The Yankees encerram esta viagem com o seu rock descontraído e aquela vibração de banda de garagem que nunca perdeu o encanto — porque, no fundo, o que mais conta é isso: a energia partilhada.
E no meio disto tudo… a Curia
Porque a música é só metade da história. O resto está naquele ambiente inimitável do Parque da Curia: árvores centenárias, famílias sentadas em mantas, bancos ocupados por gente que se cumprimenta como se fosse domingo. Um daqueles lugares onde se respira tempo — e onde cada verão sabe sempre a reencontro.