A música eletrónica em Portugal
A música eletrónica em Portugal foi algo que foi surgindo pouco a pouco vindo das correntes que pouco a pouco viram para Portugal. Primeiro com a presença de alguns dos maiores djs mundiais em alguns eventos em clubes portugueses e posteriormente quando artistas nacionais começaram a soar pelas pistas internacionais para além de serem estrelas nos festivais de música eletrónica.
Os Primeiros Passos: A Rebeldia dos Anos 90
Os anos 90 foram os anos onde existiu uma revolução sonora em Portugal. A música eletrónica até aqui marginalizada ganhou uma grande força nas ruas e nas discotecas. Clubes em Lisboa como o Kremlin, Alcântara Mar ou Frágil tornaram-se destinos da dança onde alguns djs nacionais como Dj Vibe, Rui da Silva ou DJ Jiggy eram os djs principais da altura.
Uma das principais figuras da antura foi António Cunha, fundador da Kaos Records. Ele acreditava que Portugal era um paraíso para a música eletrónica, não só pelo nosso clima, pelas praias e pela liberdade, mas também pela energia única que fluia pelo país transmitida pelos artistas internacionais que visitavam o nosso país. A expressão “Paradise Called Portugal” era um símbolo da cena eletrónica Portugal.
Os Pioneiros: Dj Vibe, Rui da Silva e outros heróis
No início Dj Vibe, kaa António Pereira, foi um dos primeiros a aposta na house music em Portugal. Com o projeto Underground Sound of Lisbon, em parceria com Rui da Silva, conquistou muitos palcos internacionais, tendo colocado Portugal no mapa da música eletrónica mundial.
Rui Da Silva ficou bastante conhecido internacionalmente com o single “Touch Me” que alcançou o número 1 no top no Reino Unido em 2001. Para além disso foi co-fundador da Kaos Recordes, a primeira editora nacional especializada em música eletrónica.
Para além destes dois outro nome incontornável da música techno nacional foi Dj jiggy. Dono da discoteca Alcântara Mar, tornou-se um dos maiores ícones dos amantes da música eletrónica nos anos 90.
A geração seguinte: Kura e Diego Miranda
No panorama musical nada é estático e as gerações de artistas vão se sucedendo, e na música eletrónica nacional também não é exceção. Depois dos pioneiros dois nomes começaram a brilhar lá fora em palcos onde nenhum português tinha pisado anteriormente.
Diego Miranda
Diego Miranda é uma das maiores instituições na música eletrónica nacional. Tem 20 anos de carreira, sendo que de tempos a tempos reinventa o seu som, sem se tornar démodé.
Conhecido po sets explosivos e produções que cruzam o comercial com o emocional ele tornou-se respeitado por ser dj residente em clubes como o Green Valley no Brasil, ou o Ushuaïa em Ibiza. No entanto, os principais festivais mundiais do género já contaram com o artista na sua line-up. Ele para além de ser uma das principais referências nacionais, é também um mentor para todos aqueles que vão começando nesta arte em Portugal.
Kura
Rúben de Almeida Barbeiro, mais conhecido como Kura, começou como muitos outros a fazer mixtapes em casa, e a sonhar com os grandes palc. No entanto, começou a fazer os seus primeiros lançamentos com a editora portuguesa Sound4Group até assinar com a label internacional Spinnin’ Records.
O seu som energético rapidamente chamou à atenção dos promotores de festivais como Tomorrowland e Ultra Europe, estando frequentemente no TOP100 da Dj Mah. E atenção que não é por acaso. Ele é uma das presenças frequentes nos maiores clubes internacionais, bem como nos maiores festivais nacionais.
Festivais de música eletrónica em Portugal
Mas nem só de artistas nacionais é feita a evolução da música eletrónica em Portugal. Os espaços como clubes ou mesmo festivais têm evoluído bastante em Portugal, tornando o país cada vez mais um destino para o turismo da música eletrónica.
Cada vez existem mais eventos em Portugal de música eletrónica, mas nós vamos destacar dos dois eventos que marcam mais este género musical em Portugal.
Boom Festival
Se existe um festival que transforma pessoas é o Boom Festival. A delicada que decorre neste festival é algo diferente. É um mundo à parte.
Desde 1997 que o Boom Festival é realizado junto da barragem de Idanha-a-Nova para vários milhares de festivaleiros que procuram aqui uma cultura alternativa. Ligado ao goa trance este festival recebe vários subgéneros musicais da música eletrónica psicadélica.
No entanto, para além da música este festival é conhecido pelos workshops, instalações artísticas yoga, meditação e muito mais.
RFM Somnii
Ao contrário do Boom Festival, o RFM Somnii é um festival mais comercial levando o techno mais comercial num por do sol na icónica Praia do Relógio, na Figueira da Foz.
Desde 2012, que este festival é realizado pela Rádio RFM, levando uma vibração diferente ao festival que leva o público para o meio da praia, ao som de estrelas internacionais como Martin Garrix, Hardwell, Tiësto, Armin van Buuren e Afrojack.
No entanto, pelo palco do RFM Somnii também já passaram os principais nomes da música eletrónica nacional, não esquecendo as promessas que todos os anos surgem neste panorama.
Outros Festivais
Para além destas duas referências nos seus géneros musicais outros festivais menores continuam todos os anos a celebrar a música eletrónica. O NEO Pop, em Viana do Castelo, o Lisboa Dance Festival, ou o ID No Limits continuam a mostrar que a música eletrónica em Portugal está bastante viva com bastantes adeptos nacionais e internacionais que vêm a Portugal apenas para fazer parte desta cultura musical.
A música eletrónica não pára
Se antes dos anos 90 a música eletrónica era vista como algo de mau gosto, pouco a pouco foi tornando se mais comum um pouco por tudo o que seja lado em Portugal. Desde os grandes festivais nacionais, onde não dispensam alguns dos maiores djs nacionais, até às festinhas de aldeia que contam sempre com um dj para encerrar a noite, a música eletrónica continua a ganhar adeptos por todo o país.
Para além dos principais artistas nacionais, muitos são aqueles que todos os dias produzem os seus beats não só para lançar nas plataformas digitais como para continuar a manter o espírito da música eletrónica viva.