Anel de Rubi: A música de Rui Veloso
Quem Canta Anel de Rubi?
Nada como uma bela balada de amor para aquecer uma noite de inverno, e os anos 90 foram pródigos em baladas de amor cantadas por artistas portugueses. O rock nacional teve o seu auge nesta década, e o “pai do rock português” aka Rui Veloso teve a sua responsabilidade.
Entre vários sucessos de partir o coração talvez “A Paixão (Segundo Nicolau da Viola)” foi talvez a sua maior balada. Esta música é tradicionalmente conhecida pelo “Anel de Rubi”, parte do refrão que é reconhecido talvez pela maior parte da população portuguesa com mais de 30 anos de idade. Mas quem é Rui Veloso?
Quem é Rui Veloso?
Rui Veloso é um dos artistas mais conhecidos em Portugal, que começou a cantar nos anos 80, e tornou-se bastante conhecido nas décadas seguintes pelos sucessos que teve nos seus primeiros álbuns.
O “Chico Fininho” como é gentilmente tratado pelos mais velhos nasceu em Lisboa, mas cresceu no Porto, sendo uma das maiores referências da música que nasceu a norte. O seu pai foi ex-presidente da Câmara Municipal do Porto e como Rui tinha jeito para a música começou desde muito novo a cantar.
“Um Café e um Bagaço” ou “Máquina Zero” foram alguns dos seus maiores sucessos, tendo gravado provavelmente o seu melhor disco em 1990 com “Mingos & Samurais”. Neste álbum estavam presentes entre outros dois temas que marcaram a carreira de Rui Veloso.
“Não há estrelas no céu” foi uma música que percorreu as rádios, televisões e concertos por todo o país, sendo difícil conhecer um português que não conheça este tema de Rui Veloso. Outro single que surgiu neste álbum foi “A Paixão”, ou o “Anel de Rubi” para tantos.
Quem escreveu Anel de Rubi?
O muito conhecido Rui Veloso sempre ficou com a grande parte dos louros dos seus melhores temas. Mas na verdade quem escreveu a maior parte dos temas de Rui Veloso?
Anel de Rubi, ou “A Paixão” foi escrita por Carlos Tê. Sim, Carlos Tê foi o escritor de grande parte do repertório de Rui Veloso. Este proveniente do Porto, escreveu para alguns dos melhores artistas desta altura como foram os Jafumega ou os Trovante.
Posteriormente o criador do “Anel de Rubi” escreveu também para Clã, Jorge Palma, Ala dos Namorados, André Sardet ou Ana Moura. Foram letras simples e mundanas que fazem o público se reconhecer nos temas, e não parar de ouvir o tema que hoje é novidade mas amanhã vai ser um clássico. E por mais que se ache simples, foi essa simplicidade que fez de “A Paixão” um dos temas mais tocados e ouvidos das últimas três décadas.
Os anos não passam pelo Anel de Rubi
O Anel de Rubi já tem mais de 35 anos, mas continua a ser cantada por todos. De norte a sul onde há um rádio ou apenas uns fones há uma playlist que ainda tem esta música de Rui Veloso. É um clássico e como qualquer bom clássico soube envelhecer bem.
Tal como o bom “Vinho do Porto”, os temas de Rui Veloso, com a sua simplicidade mundana, souberam envelhecer, e sendo o “Chico Fininho”, “A Paixão” ou mesmo “Fado do Ladrão Enamorado” são temas intemporais que eram actuais em 90 mas continuam a ser actuais em 2025, criando a sensação que fazem parte da nossa história mas também da nossa realidade.
O amor na letra e no vídeo
Curiosamente todos nós já ouvimos esta música muitas vezes. Fala de alguém enamorado que penhora o seu anel de rubi para levar o seu grande amor, que não gostava do seu estilo musical, mas que ele levou ao concerto no Rivoli.
Quem nunca fez um sacrifício para dar algo especial à sua pessoa especial? Então porque não penhorar uma joia que provavelmente seria de família para um acto tão nobre? Hoje em dia, já não há penhores de joias, apesar dos concertos estarem cada vez mais caros, os casais de namorados continuam a encher salas de espetáculo como ocasiões especiais. Elas justificam mais como sejam experiências que devem ser vividas e que por isso não se olha a custos.
Todo este cenário, como habitual é vivido nas músicas de Rui Veloso num cenário portuense. No videoclip, pode-se observar um casal de jovens a passear na zona da Foz, no Porto. Não sendo um vídeo promocional da cidade, outros pontos turísticos surgem no mesmo como é o caso do tabuleiro superior da Ponte D. Luiz (onde na altura ainda passavam autocarros), a Estação de comboios de São Bento e o próprio Teatro Rivoli.
Sim, no videoclip eles vão ver um concerto no Rivoli de… Rui Veloso. Sim na altura o Rivoli ainda era um dos principais locais de concertos Porto. Não havia Super Bock Arena (como a conhecemos hoje) e existiam concertos noutros espaços. Mas o rock a norte sempre foi um género musical tendo surgido dezenas de bandas nos anos 80 e 90, que ainda hoje tocam um pouco por todo o país.
E onde está hoje em dia o “Anel de Rubi”?
Para muitos que hoje em dia ouvem géneros musicais bastante diferentes do rock cantado por Rui Veloso, descobrem o Anel de Rubi e muitos outros temas nas redes sociais como o Facebook, Instagram ou Tik Tok. São quase tesourinhos que se ouvem com ternura, e que se relembram quando Rui Veloso toca na rádio ou na televisão.
Para além destes meios, “Anel de Rubi” continua a ser um clássico tocado obrigatoriamente em todos os concertos de Rui Veloso, por isso enquanto podemos nada melhor do que ver este e muitos outros clássicos da carreira do artista ao vivo, numa festa ou sala de espetáculos perto de nós. Se devemos apoiar os novos artistas nacionais, também não devemos esquecer quem escreveu e quem canta músicas intemporais como “A paixão” ou simplesmente o “Anel de Rubi”.