Cais das Poças 2025 em Santa Cruz das Flores

Cais das Poças 2025: o verão é nas Flores — e a festa também

Já lá vai o tempo em que Santa Cruz das Flores era um segredo bem guardado. Agora, cada verão que passa é mais uma prova de que o arquipélago sabe — e muito bem — como se celebra a vida. A edição de 2025 do Cais das Poças promete exatamente isso: música de verdade, noites de calor com cheiro a mar, e aquela sensação rara de que, por uns dias, tudo faz sentido.

De 31 de julho a 4 de agosto, as margens da vila enchem-se de luz, som e gente com vontade de sentir. Há artistas para todos os gostos, sons que vão do pop ao popular e, claro, aquela energia especial que só os Açores sabem dar. E a verdade? Basta uma noite para perceber que isto não é só mais um festival. É o festival. Aquele em que todos — locais, visitantes, primos da América ou amigos de Lisboa — cabem no mesmo compasso.

Banda Triplet — o arranque com sabor a casa

Na quinta-feira, a responsabilidade de abrir os festejos vai para a Banda Triplet. E não é por acaso. Com raízes bem cravadas no ADN açoriano, são daqueles projetos que não precisam de pirotecnia para brilhar. Tocam como quem conhece o público, como quem viveu o mesmo verão, as mesmas festas, as mesmas madrugadas frias com calor humano. E isso sente-se em cada acorde.

João Pedro Pais — o peso da emoção em palco

Na sexta-feira, há um nome que dispensa apresentações. João Pedro Pais chega às Flores com aquela mistura de nostalgia e intensidade que lhe é tão própria. As letras tocam onde dói, mas também onde cura. É para ouvir com a pele — e, vá, cantar em uníssono com quem estiver ao lado, mesmo que seja um completo estranho. É isso que ele faz: junta as pessoas pela emoção.

DJ Zanova — quando o beat não dá tréguas

Depois do João Pedro, a noite não arrefece — aquece ainda mais. DJ Zanova toma conta da mesa e transforma o Cais numa pista ao ar livre. As batidas são certeiras, os remixes inesperados, e o efeito é sempre o mesmo: pés que não conseguem parar e um público que já nem sabe onde está o chão.

Blaya — puro fogo em forma de música

Sábado à noite tem nome de tempestade: Blaya. E quem já a viu ao vivo sabe ao que vai. É energia crua, é corpo em movimento, é uma voz que rasga a noite e deixa marcas. Blaya não atua — explode. E quando canta, dança, provoca ou grita, o público sente que está ali algo único. Quem estava com sono, acorda. Quem estava cansado, renasce. Palavra de quem já viveu.

Smells Like 90 — para quem sabe o que foi viver

Logo a seguir, o tempo recua. Smells Like 90 traz de volta os sons de uma década onde a MTV ainda passava música e os CDs riscavam de tanto rodar. Nirvana, Alanis, Oasis — tudo ali, recriado com paixão e uma dose generosa de rock honesto. É o tipo de concerto que faz os pais dançarem mais do que os filhos. E que mal tem isso?

Ronda da Madrugada — a alma da ilha em forma de música

Domingo chega com saudade. Ronda da Madrugada sobe ao palco para mostrar que tradição não é sinónimo de passado. É presente com raízes, é orgulho cantado ao som do acordeão e da voz que embala. Para os locais, é um espelho. Para os de fora, é uma janela para dentro da alma florentina.

Zé Amaro — fechar com aquele abraço musical

Na segunda, Zé Amaro encerra a festa como só ele sabe: com romantismo, ritmo e aquela simpatia de quem canta para todos. É country à portuguesa, é dança de braço dado, é final feliz com gosto a saudade antecipada. Porque sim, quando ele diz “até para o ano”, custa sempre um bocadinho.

Cais das Poças 2025 não é só um alinhamento musical. É um reencontro. Com a música, com a terra, com os outros. E, às vezes, com uma parte de nós que andava escondida. Se ainda está a pensar se vale a pena ir… bom, talvez a pergunta seja outra: consegue mesmo ficar de fora?

Cartaz

Cais das Poças 2025 em Santa Cruz das Flores

Programa

31 de Julho
Banda Triplet

1 de Agosto
João Pedro Pais
Dj Zanova

2 de Agosto
Blaya
Smells Like 90

3 de Agosto
Ronda da Madrugada

4 de Agosto
Zé Amaro