Feira das Actividades Económicas 2025 em Arronches

Programa
10 de julho, quinta-feira
18:30 – Bandinha da Moca
20:00 – Animação Infantil
21:30 – Grupo Coral Vozes à Janela + Grupo de Acordeões de Valença de Alcântara
22:30 – Espetáculo com Quim Barreiros
DJ Valeio | DJ Luís Pinheiro Dua
11 de julho, sexta-feira
10:00 – Concurso Ovinos Raça (Merino Alemão)
17:00 – III Concurso do Cão Serra de Aires
20:00 – Animação Infantil
21:30 – Gromicho “Acústico”
22:30 – Espetáculo com Mariza
I Love Baile Funk | DJ Hugo Rafael
12 de julho, sábado
10:00 – IX Concurso Ovinos Raça (P3 e Ile-de-France)
15:00 – IV Concurso Ovinos Charollais
18:30 – Corrida de Touros
20:00 – Animação Infantil
21:30 – Grupo das Pedrinhas de Arronches
22:30 – Espetáculo com Dillaz
I Love Reggaeton | DJ White
13 de julho, domingo
11:00 – X Leilão de Ovinos/ Caprinos
Entrega de prémios de melhor Expositor
Rebanhos da Nossa Terra
17:00 – XII Concurso do Rafeiro do Alentejo
20:00 – Animação Infantil
21:30 – Grupo Verde Maio
22:30 – Espetáculo com Pedro Abrunhosa
Feira das Atividades Económicas 2025 em Arronches: um verão que fala alentejano
Arronches já tem os motores a aquecer — e quem conhece esta vila sabe que quando há festa, há coração. De 10 a 13 de julho, a Feira das Atividades Económicas regressa com tudo: música para dançar até tarde, tradições que cheiram a terra, concursos que puxam o orgulho local… e artistas que dispensam apresentações.
Mais do que um cartaz de verão, é uma espécie de espelho do que Arronches é: um lugar onde se cruza o talento com as raízes, o ritmo com o campo, e o presente com uma memória que se vive no plural.
Quim Barreiros: o eterno senhor do acordeão (e das entrelinhas)
É impossível não sorrir quando ele entra em palco. Quim Barreiros</strong atua logo na quinta-feira, dia 10, e, honestamente, não há maneira melhor de começar. Entre o duplo sentido e o simples prazer da música popular, ele é daquelas presenças que junta três gerações à mesma mesa — ou melhor, ao mesmo bailarico. Porque quando ele canta, ninguém está só a ver... está a participar.
Mariza: a alma em estado puro
Sexta-feira, dia 11, muda-se o tom e muda-se o tempo. Mariza</strong sobe ao palco com a intensidade de quem não canta, mas entrega a alma em cada sílaba. O silêncio entre cada nota, os olhos que se fecham, os braços cruzados a apertar o peito — é este tipo de concerto. Um momento de fado que parece suspender o ar à volta e lembrar-nos que as feiras também servem para sentir, não só para festejar.
Dillaz: versos que dizem mais do que parecem
Chega o sábado, dia 12, e é Dillaz quem agita as águas. Com uma lírica afiada e crua, mas nunca vazia, o rapper traz à feira um sopro de frescura urbana — quase um espelho das conversas de rua transformadas em poesia. Os mais novos conhecem cada linha; os mais velhos vão ficar surpreendidos. E não se admire se sair dali a pensar em coisas que não esperava sentir numa feira agropecuária.
Pedro Abrunhosa: o mestre da palavra dita com garra
No domingo, dia 13, o encerramento está entregue a Pedro Abrunhosa. E quando Pedro fala — ou canta, que vai dar ao mesmo — algo em nós acorda. Há quem o chame de profeta da pop portuguesa, e não é exagero. A sua voz grave, as letras que ficam coladas ao pensamento, e a presença de palco que é tudo menos neutra… É o tipo de espetáculo que não se vê, vive-se. Vai ser bonito. E vai custar a despedir.
Mais do que música: concursos, miúdos, rebanhos e memórias
Claro que a feira é mais do que concertos. Há concursos de ovinos, cães pastores, leilões, corrida de touros e até bandas de acordeão e coros que resgatam a tradição de ouvir — de verdade — a cultura que vem da terra. E não esquecer a animação infantil, todos os dias às 20h: porque enquanto os mais graúdos comem um entrecosto ou dançam ao som do DJ, os pequenos também têm o seu mundo.
Feiras como esta não se medem ao metro nem ao decibel. Medem-se aos abraços. Aos reencontros. Aos sorrisos partilhados entre quem ainda diz “vou ali ao bailarico e já volto”. E volta mesmo.
Arronches, em julho, não é só um destino — é um sentimento.