Festas da Senhora da Ajuda 2025 em Cortiçadas de Lavre
Programa
08 AGOSTO – Sexta-Feira – Dia da Juventude
João Caçoilas
Los Perdición
PutzGrilla
Dj Mendão
09 AGOSTO – Sábado – Dia da Família
Era uma vez… o cante
Grupo de Dança do CAD
Ritmo da Noite II
Los Romeros
Dj Marvin
10 AGOSTO – Domingo – Dia da Pátria
Rancho F. Cortiçadas
Moços do Mira
Nelson Teles
Miguel Azevedo
Dj Mendão
Festas da Senhora da Ajuda 2025: três dias, muitas emoções e raízes que falam mais alto
Agosto chega, o calor aperta — e em Cortiçadas de Lavre, já se sente no ar aquele cheiro a festa antiga, mas com sabor a presente. A Festa da Senhora da Ajuda, de 8 a 10 de agosto, é daquelas que não se explicam bem… sentem-se. E seja pelo cante alentejano, pelas sardinhas, pelas danças ou por um concerto que faz a pele arrepiar, há uma coisa certa: ninguém sai de lá indiferente.
Durante três dias, a aldeia transforma-se. As ruas enchem-se de vida, há sempre um conhecido para abraçar e, entre um copo de vinho e uma bifana no pão, a tradição encontra a modernidade — e dançam juntas até de madrugada.
Sexta-feira é juventude em estado puro
A abertura está entregue aos mais novos — mas a energia contagia toda a gente. João Caçoilas</strong aquece o palco, seguido dos irreverentes Los Perdición, que misturam sons latinos com aquele toque eletrónico maroto que ninguém estava à espera. Depois, os imparáveis PutzGrilla — e aqui, sim, ninguém fica quieto. O som, o ritmo, a batida que parece sair de dentro — e fecha-se com DJ Mendão, que já é quase da casa.
Sábado em modo família… com surpresas pelo meio
O dia começa mais calmo, com “Era uma vez… o cante”, onde se ouve o Alentejo a falar — devagarinho, mas com força. O Grupo de Dança do CAD anima o fim da tarde e depois tudo acelera com Ritmo da Noite II, seguidos dos incríveis Los Romeros, que já mereciam aplauso só pelo nome, mas trazem muito mais do que isso. E sim, para quem quiser esticar até o corpo dizer chega, o DJ Marvin segura a festa pela madrugada.
Domingo fecha com fé, festa e orgulho em ser de cá
Este é o dia mais simbólico. A procissão em honra de Nossa Senhora da Ajuda passa pelas ruas e arranca lágrimas a quem guarda memórias. O Rancho Folclórico de Cortiçadas entra logo a seguir — e há sempre um nó na garganta ao ver os trajes, as voltas, as palmas no tempo certo.
Mais tarde, Moços do Mira abrem caminho para o grande Nelson Teles, e depois? A energia volta com Miguel Azevedo — que, digamos com franqueza, sabe como fazer um arraial vibrar. Para encerrar com chave de ouro (e umas luzes coloridas pelo meio), DJ Mendão volta à cabine e ninguém quer ir embora.
Miguel Azevedo: o furacão que fecha com alma
Miguel não é apenas um cantor. É um agitador de multidões. Há qualquer coisa na forma como sobe ao palco que faz o público esquecer o relógio, os problemas e até o calor. O seu estilo mistura popular com moderno, com aquele jeito descontraído de quem canta como fala — e que, no fundo, nos lembra porque é que adoramos festas assim: porque nos fazem sentir vivos.
Los Romeros: os reis da noite alentejana
Há bandas que animam. E depois há os Los Romeros. Eles não tocam para um público — tocam com o público. É dança, é alegria, é aquele feeling de que tudo está certo naquele momento. Com sons que vão do flamenco pop ao romântico mais animado, os Romeros criam uma ponte entre a tradição espanhola e o jeito caloroso do Alentejo. Uma fusão inesperada, mas que resulta… e muito.
Então e vale a pena?
Se está a perguntar isso, talvez nunca tenha ido. Porque a Festa da Senhora da Ajuda não se mede em cartaz, nem em números. Mede-se nos reencontros, nas histórias partilhadas ao balcão, nos sorrisos que se trocam mesmo sem dizer nada. E isso — isso vale sempre a pena.