Festival MIMO 2025 em Amarante

Festival MIMO 2025 em Amarante

Programa

18 de julho, sexta-feira

17:00 – Casuarina (Praia Fluvial das Azenhas)

19:00 – Mocofaia (Cine-Teatro de Amarante)

21:30 – Juliana Linhares (Parque Ribeirinho)

22:30 – Ana Moura (Parque Ribeirinho)

00:00 – Fogo Fogo (Parque Ribeirinho)

01:30 – Caljader (Ritmos Cholulteca) (Parque Ribeirinho)

19 de julho, sábado

17:00 – DJiiva (Praia Fluvial das Azenhas)

19:00 – Jéssica Gaspar (Parque Ribeirinho)

20:00 – Momi Maiga (Cine-Teatro de Amarante)

20:30 – Aja Monet (Parque Ribeirinho)

22:00 – José James (Parque Ribeirinho)

23:00 – Chief Adjuah (formerly Christian Scott) (Parque Ribeirinho)

01:00 – Daddy G (Massive Attack) DJ Set (Parque Ribeirinho)

20 de julho, domingo

16:00 – Iberian Ensemble & Conservatório de Amarante (Igreja de São Gonçalo)

17:00 – Casuarina (Largo de São Gonçalo)

18:30 – Natascha Falcão (Parque Ribeirinho)

19:00 – Gustavo Beytelmann & Philippe Cohen (Solal, Gotan Project) (Cine-Teatro de Amarante)

20:00 – Carlos Malta & Pife Muderno (Parque Ribeirinho)

21:30 – Sona Jobarteh (Parque Ribeirinho)

23:00 – Roberto Fonseca (Parque Ribeirinho)

01:00 – Farofa (Parque Ribeirinho)

MIMO Amarante 2025: três dias de música, alma e paisagem que fica no coração

Há festivais e há o MIMO. Aquele que nos faz andar de copo na mão entre igrejas, jardins e palcos ao pé do rio, com uma programação que tem mais curvas que a estrada de Amarante. De 18 a 20 de julho, a cidade volta a transformar-se num postal vivo — onde sons do mundo inteiro se encontram com pedras centenárias, sorrisos cúmplices e noites que teimam em não acabar.

Sexta-feira: começa o encanto com calor e batuque

Às 17h, na Praia Fluvial das Azenhas, o grupo Casuarina traz o samba carioca no seu estado mais puro. É quase impossível não mexer o pé — mesmo que discretamente. Depois, entre o Cine-Teatro e o Parque Ribeirinho, o ritmo sobe, desce e volta a surpreender: Juliana Linhares, Fogo Fogo, e o explosivo Caljader criam uma sexta-feira que parece não caber num só dia.

Sábado: onde o jazz encontra a poesia e a pista de dança

É verdade, o sábado no MIMO é para quem gosta de misturar — ideias, estilos, histórias. A tarde começa suave com DJiiva e Jéssica Gaspar, mas entra noutro registo quando Aja Monet, uma das vozes mais aclamadas da poesia falada, pisa o palco.

Mais tarde, dois gigantes: José James e Chief Adjuah (sim, o antigo Christian Scott), dois nomes que vêm do jazz mas que não têm medo de o misturar com hip-hop, soul ou até rock psicadélico. E para fechar? Daddy G, diretamente dos Massive Attack, num DJ set que promete virar o Parque Ribeirinho do avesso.

Domingo: entre o sagrado e o dançável

O dia começa com o clássico e o espiritual — o Iberian Ensemble junta-se ao Conservatório de Amarante na Igreja de São Gonçalo. A seguir, o palco passa para o Largo, o Parque e o Cine-Teatro, com atuações como a de Natascha Falcão e o icónico Gotan Project (na pele de Philippe Cohen).

À noite, o calor cresce: Carlos Malta, Sona Jobarteh e Roberto Fonseca encerram o festival como só músicos de verdade sabem fazer — com emoção, técnica e aquele toque que faz o coração bater um pouco mais forte.

Ana Moura: a alma do fado com um pé na pista

Quando se fala de fado moderno, Ana Moura é a referência. E não estamos a exagerar. Ao longo dos anos, ela soube reinventar-se, misturando batida com saudade, tradição com eletrónica. Em Amarante, às 22h30 de sexta, o Parque Ribeirinho será o palco de um concerto que promete ser daqueles que se contam — e recontam — durante meses. Prepare-se para ouvir fado, sim, mas com cabeça erguida e olhos postos no futuro.

José James: onde a voz abraça o jazz e o soul

O americano José James não é só um cantor — é uma experiência. Com uma voz que parece vinho tinto em dia de inverno, ele traz ao MIMO um concerto intimista, mas cheio de presença. Às 22h de sábado, espera-se uma viagem sonora que cruza Billie Holiday com beats contemporâneos e improvisos que arrepiam. É o tipo de concerto que se ouve com o corpo todo, não só com os ouvidos.

Honestamente? O MIMO 2025 não é um festival qualquer. É um encontro com o inesperado — daqueles que valem a viagem, a espera e até o cansaço no dia seguinte.