Festival Sons do Rio 2025 em Mora

Festival Sons do Rio 2025 em Mora

Programa

18 de Julho

21:30 – Corda Dolce

22:30 – Rita Guerra

 

19 de Julho

21:30 – Grupo Musical da Ema

22:30 – Bandidos do Cante

Festival Sons do Rio 2025 em Mora: noites de verão com alma alentejana

Há qualquer coisa nos fins de tarde em Mora que nos faz abrandar. Pode ser o som do rio, a luz quente a bater nos muros brancos ou apenas a forma como a vila sabe viver devagar. Mas este julho, os compassos mudam: o Festival Sons do Rio está de regresso a 18 e 19 de julho, e traz consigo aquela vibração boa que só os concertos ao ar livre conseguem criar. Música, gente boa, calor que não se nega — e dois serões que prometem ficar na memória.

Sexta-feira: entre a doçura das cordas e a força da voz

Às 21:30, o Corda Dolce sobe ao palco e começa o embalo. Com arranjos delicados e alma acústica, este grupo sabe como criar atmosfera. É daquelas atuações que fazem parar a conversa a meio, só para ouvir melhor — e quem já os viu ao vivo, sabe do que falo. Mas se a noite começa doce, termina com potência emocional: às 22:30, é a vez de Rita Guerra.

Dispensa apresentações, não é? A sua voz, que atravessa décadas e toca todas as idades, enche o recinto com histórias cantadas. Baladas que apertam o peito, refrões que se cantam de olhos fechados. E de repente, sem darmos conta, estamos todos de mãos ao alto, meio nostálgicos, meio arrepiados. É esse o efeito Rita Guerra.

Sábado: tradição com sotaque e alma alentejana

O segundo dia mantém o ritmo — mas muda de tom. Às 21:30, o Grupo Musical da Ema entra com aquela mistura de sons que sabem à terra. Não são só músicas; são histórias passadas por entre melodias, como se cada acorde dissesse: “Isto também é nosso”. É daquelas bandas que faz sorrir sem grande explicação, só porque soa familiar.

E às 22:30, sobem os Bandidos do Cante. E aqui, o nome já diz muito. São irreverentes, sim. Mas também profundamente ligados ao cante alentejano — esse património que canta mais do que diz. Juntam-lhe um toque contemporâneo, quase desafiante, como quem diz: “O cante também pode ser agora”. E pode mesmo.

No fim, o Sons do Rio não é só um festival. É um pretexto para juntar gerações, cruzar estilos e provar que, no Alentejo, a música corre como a água do rio — tranquila, firme e cheia de verdade.