10 cantores portugueses que morreram recentemente

Existem cantores portugueses que não conseguimos esquecer por mais tempo que passe. Existem músicas que nos continuam a acompanhar nos momentos mais felizes… e nos mais tristes também. A música tem o poder de imortalizar quem canta e, manter perto mesmo depois dos cantores partirem.

Em Portugal, país de poetas e de fadistas, tem visto nos últimos anos partirem alguns dos seus artistas mais marcantes. Cada um com a sua idade, com a sua história ou estilo, certamente deixaram a sua marca. Hoje, relembramos com tristeza, mas sem esquecer o tempo que os mostraram que podíamos ser felizes eternamente.

  • Marco Paulo (1945–2024)

O primeiro artista da lista foi talvez um dos últimos que nos deixou. arco Paulo foi um dos artistas mais conhecidos no final do século XX e início do século XXI, Quem nunca cantou “Eu tenho dois amores” que atire a primeira pedra. Mas Marco Paulo sempre foi muito mais que um cantor. foi um fenómeno de massas.

Durante muitos anos foi presença não só nas festas e nos concertos como na rádio ou na televisão.

Foram décadas de companhia onde Marco Paulo fez parte da banda sonora de Portugal. Várias são as músicas conhecidas de Marco Paulo com refrões que quase todos sabíamos de cor. O cantor tinha o mérito de juntar gerações ao longo da música, e mesmo o cancro que o levou de nós em 2024 não irá afastar o carinho que temos pelos seus maiores sucessos.

  • Nuno Guerreiro (1972–2025)

Já em 2025, Nuno Guerreiro sem se prever deixou orfã a “Ala dos Namorados”. Uma voz única vinda de outro mundo, aguda, delicada e carregada de emoção. Nuno Guerreiro era o artista completa, que interpretava com o corpo inteiro como quem interioriza o que canta.

O mundo da música ficou em choque, pensando que ainda tinha apenas 52 anos de idade. A ausência é sentida não só no mundo musical, mas também pelos fãs que nunca mais irão ouvir ao vivo a música “Solta-se o Beijo”, música popularizada pela Ala dos Namorados.

  • Sara Carreira (1999–2020)

Esta foi uma das perdas mais sentidas das últimas décadas. Na verdade, Sara Carreira não foi uma perda pela sua carreira, mas sim pela dor que a todos comoveu pelo sentimento do pai: Tony Carreira. Durante dias e meses, a curta história de Sara Carreira foi lembrada, não sendo esquecido o acidente de viação que sofreu quando tinha apenas 21 anos de idade.

Para além do talento que era reconhecido desde tenra idade quando actuava nos maiores concertos do pai, Sara Carreira era uma novidade na música portuguesa que na altura necessitava de novos talentos femininos. Sara não será esquecida e em seu nome foi criada a Fundação Sara Carreira que apoia jovens carenciados nos seus estudos continuando assim o seu legado.

  • Linda de Suza (1948–2022)

Linda de Suza foi conhecida muito mais lá fora do que cá dentro. Conquistou corações com a sua “mala de cartão”, sendo o espelho da realidade de muitos portugueses que emigraram nos anos 60 e 70 para procurar uma vida melhor noutro país.

Em França, fez-se estrela. Mesmo longe, nunca abandonou Portugal, tendo cantado sempre em português, escrevendo sobre a sua gente, emocionando todos os que a rodeavam com a saudade. Faleceu em 2022, mas continua presente a cada vez que alguém ouve a sua música

  • Sara Tavares (1978–2023)

Sara Tavares tinha uma aura especial. Desde muito nova misturou ritmos africanos, com gospel e uma ternura portuguesa. Ela sempre foi a fusão perfeita entre o ritmo com o saber estar em palco.

Foi uma das vencedoras do Festival da Canção, e apesar de nos ter deixado em 2023, deixou um legado de muitas músicas que nos farão lembrar do seu “Balancê”. Ainda hoje, Sara Tavares continua a ser inspiração para muitos jovens artistas que vêm em Sara alguém que conseguiu vencer na vida graças à música.

  • Fausto Bordalo Dias (1948–2020)

Fausto foi um dos pilares da música de intervenção. Fausto foi um daqueles que escreveu música para pensar, para inquietar ou para acordar consciências. Com uma voz grave e uma presença bastante discreta, Fausto foi um dos grandes cronistas da mudança do regime em Portugal.

O seu trabalho foi talvez mais valorizado pelos críticos do que pelo grande público, tendo um lugar especial na história da música portuguesa. Faleceu em 2020, mas o seu disco “Por este rio acima” continua a ser uma referência obrigatória.

  • Ana Faria (1955–2022)

Ana Faria foi uma das principais autoras e produtoras de vários projetos infantis nos anos 80 e 90. Para além de ter uma voz que marcou por exemplo na estreia de “zip zip” ficou bastante conhecida com o seu disco “Brincando aos clássicos”, onde adaptava temas de compositores clássicos em canções.

Passados alguns anos criou os Queijinhos Frescos e posteriormente um dos maiores grupos infanto-juvenis nacionais: os Onda-Choc. Clássicos como “Ele é o Rei” ou “Era um biquíni pequenino às bolinhas amarelas” eram adaptações de êxitos internacionais mas com letras em português. Faleceu em 2022, tendo brilhando não só no palco mas com a gestão de vários grupos musicais de sucesso.

  • Carlos do Carmo (1941–2021)

Carlos do Carmo foi talvez a maior voz masculina do fado. Se Amália foi o maior exponente do fado, Carlos do Carmo levou Lisboa ao mundo nas suas canções. Cantou com orquestras e ser um dos poucos artistas nacionais a ter um Grammy.

A capital nacional ganhou uma nova vida na boca de Carlos do Carmo com temas que irão ficar para sempre na memória dos lisboetas e dos portugueses em geral. Apesar do artista ter partido em 2021, a memória ira perdurar enquanto as pessoas continuarem a cantar temas como “Lisboa Menina e Moça”.

  • Artur Garcia (1930–2021)

Artur Garcia é foi uma dos primeiros galãs da música portuguesa. Se hoje em dia se suspira pelos actuais cantores de música romântica fique-se a saber que nos anos 50 e 60 era Artur Garcia que dominava os palcos com o seu charme à antiga. Era um Sinatra lusitano.

Faleceu com 91 anos deixando uma herança musical marcada pelo romantismo e elegância ligada a muitos aplausos que ouviu ao longo de toda a sua vida.

  • Pedro Gonçalves (1970–2021)

Pedro Gonçalves não era cantor mas foi um dos melhores instrumentistas da sua geração. Marcou o cenário musical do início deste século com um som instrumental, cinematográfico, melancólico que saía do seu contrabaixo nos Dead Combo.

Com um ar bastante dark, tinha uma atitude de rebeldiaquando entrava no palco nas dezenas de concertos que deu por todo o país. Apesar de ter falecido em 2021, irá permanecer nos acordes da obra de Dead Combo, um dos principais grupos que marcou a música durante quase uma década de história.

Porque a música é mais forte que a morte

Não é fácil relembrar todos estes nomes de cantores e músicos portugueses depois da sua morte. A lembrança custa sabendo que muitos deles partiram cedo demais, quando ainda tinham bastante para dar.

No entanto na memória ficam os bons momentos que nos proporcionaram nos grandes palcos nacionais ou internacionais, e mesmo que hoje em dia não os possamos ver ou ouvir ao vivo, nada como voltar a ouvir as músicas destes artistas para que a sua memória possa para sempre ser lembrada.

h1{ font-size:40px; } h2{ font-size:25px; }