Hybrid Theory

Lembras-te quando ouviste “Numb” pela primeira vez? Talvez fosse num discman riscado, no autocarro da escola, ou mesmo no MSN com os fones antigos, provavelmente a funcionar só de um lado. Para muita gente entre os 30 e os 40 anos, os Linkin Park não foram apenas uma banda, foram a trilha sonora da adolescência e rebeldia, de noites em frente ao computador a pensar em amores que pouco duraram.

Agora imagina que consegues ter toda essa emoção vivida pela música, pelos vídeos ou mesmo nas atuações ao vivo? Mesmo que os Linkin Park tenham parado depois de 2017, ainda existe a possibilidade de ver novamente os Linkin Park através de uma banda de tributo que tem dado cartas por Portugal e estrangeiro.

Linkin Park

Quem foram os Linkin Park? A menos que tenhas aterrado numa nave espacial após teres estado 30 anos fora da terra, ou tenhas menos de 10, possivelmente é impossível não saber quem são os Linkin Park. E sim, o argumento “não oiço esse género musical” também não serve aqui.

Os Linkin Park são um grupo californiano de rock alternativo que foi formado em 1996 com Mike Shinoda, Joe Hahn, Brad Delson, Rob Bourdon e Chester Bennington. Lançaram vários álbuns entre 1996 e 2017, tendo Hybrid Theory sido certificado como diamante pela RIAA por vender mais de 10 milhões de cópias.

Durante a sua carreira deram centenas de espetáculos em todo o mundo incluindo alguns em Portugal, onde actuaram, por exemplo no Super Bock Super Rock e no Rock In Rio para mais de 90 mil pessoas.

O grupo parou quando em 2017 o vocalista Chester Bennington faleceu silenciando muitos daqueles que adoravam a banda, pensando que nunca mais iriam ver os Linkin Park.

Hybrid Theory não é apenas um álbum

Mais ou menos quando terminam os Linkin Park com os acontecimentos trágicos com Chester Bennington, surge em Portugal um grupo que soava a Linkin Park, parecia Linkin Park, mas não era Linkin Park. Estranho.

Ivo Rosário, vocalista e sósia de Chester Bennington; Pedro Paixão, vocalista e rapper como Mike Shinoda; Nuno Bernardo, baixista; Diogo Neuparth, baterista e Daniel Pimenta, o DJ, eram os Hybrid Theory, um grupo que pretendia cantar nos bares do Algarve.

Hybrid Theory em 2018

Apesar de terem constituído a banda não com o intuito de fazer um grupo de tributo, com o passar dos tempos, levou a que ter um vocalista “igual” a Chester poderia ser bem aproveitado para começar a dar concertos enquanto uma “adaptação dos Linkin Park”

Os primeiros concertos

Em 2017 deram 30 concertos, na sua grande maioria em Portugal, em bares ou nos tradicionais espetáculos de grupos de tributos, em 2018 para além da continuação de concertos em Portugal começaram a tocar no estrangeiro tendo feito uma pequena digressão na Alemanha.

Mas depois da pandemia foi quando os Hybrid se tornaram na “banda de cover de Linkin Park” mais conhecida no mundo.

Hybrid Theory Digressão de 2022

Portugal reconhece-os como um dos maiores grupos nacionais, que mais pessoas levavam aos seus concertos, mesmo que não cantassem um único original. E os convites já ocupavam uma agenda lotada de concertos em Portugal e no estrangeiro.

Da garagem à MEO Arena — sem atalhos nem promessas vazias

Depois de muitos concertos por todo o país e por muitos países no estrangeiro surge a oportunidade de fazer algo que nunca tinha sido feito: um grupo de tributo tocar em nome próprio no MEO Arena. Em 15 de Abril de 2023, os Hybrid Theory, esgotaram a maior sala do país, tornando-se a primeira cover banda a fazê-lo.

Hybrid Theory no Altice Arena

Festivais e concertos por todo o país

Mas a história não termina no MEO Arena. 2024 foi um dos melhores anos para os Hybrid tendo feito uma digressão mundial passando não só pelos tradicionais concertos de Portugal, mas passando por Canada, Brasil e China com vários concertos esgotados nestes países.

Não podemos esquecer que em 2024, foi o ano que os temas dos Linkin Park voltaram ao Rock in Rio Lisboa, desta vez pelos Hybrid Theory, tendo feito um dos maiores espetáculos de sempre do RIR num palco secundário.

A nostalgia continua presente, e enquanto existir a memória os Hybrid Theory irão continuar a representar de uma forma bastante fiel, um dos grupos mais tocados das duas primeiras décadas deste milénio.

Plot Twist: O retorno dos Linkin Park

Para quem desejava o regresso de Linkin Park recebeu com júbilo o retorno do grupo com uma vocalista nova. Para ter algo completamente diferente e não ter apenas uma cópia de Chester, os Linkin Park contrataram Emily Armstrong para vocalista principal do grupo.

Na verdade, isto poderá ser uma notícia boa para a carreira dos Hybrid Theory, uma vez que nem sempre poderemos ter Linkin Park ao vivo em Portugal, e o facto de ter uma cover band portuguesa, poderá levar os fãs de Linkin Park aos concertos de Hybrid Theory.

Curiosamente, os Linkin Park anunciaram a sua presença no dia 21 de Junho de 2026 no Rock in Rio Lisboa, dois anos depois de os Hybrid Theory terem dado um dos seus maiores concertos num festival em Portugal.

O retorno do grupo com uma nova vocalista, irá levar a que muitos continuem a gostar dos Linkin Park com uma nova roupagem, e outros que possam ir a mais concertos dos Hybrid Theory de forma a reviverem a experiência Linkin Park antes de 2017.

Hybrid Theory: a prova que grupos de tributo funcionam

Apesar de termos dezenas de cover bands por todo o país, os Hybrid Theory foram o grupo que foram mais longe na “imitação” de uma grande banda internacional. As suas digressões nacionais, o Meo Arena que já foi cheio por uma segunda vez e o reconhecimento do público leva a que muitos grupos possam ter a esperança de uma carreira nacional e mesmo internacional, fazendo os fãs (reviver) experiências que são inacessíveis para muitos de ver alguns dos maiores grupos mundiais.

Não são iguais aos originais, mas os grupos de Tributo conseguem dar a oportunidade de ouvir ao vivo temas que doutra forma seria impossível em terras do nosso país que nunca foi um artista internacional. Por isso, projetos como os Hybrid Theory serão de louvar, e existe uma tendência em haver cada vez mais não só de artistas internacionais, mas também de artistas e grupos nacionais que já se retiraram da música.