Luís Trigacheiro
Luís Trigacheiro é um dos nomes da nova geração da música contemporânea. Ao longo dos últimos anos a música nacional tem vindo a ter a sua renovação de nomes e a música ligeira e o pop nacional também tem tido essa renovação muito apoiada nos inúmeros concursos televisivos que tem mostrado bastantes talentos para as playlist e line ups de festivais nacionais.
As Raízes de Luís Trigacheiro
Luís Trigacheiro nasceu em 1999 na localidade de Beja. Desde muito novo que começou a ouvir o cante alentejano em casa, e pouco a pouco foi despertada a atenção sobre este género musical.
Aos 13 anos de idade era fã de música portuguesa sendo as suas principais referências António Zambujo, Rui Veloso, António Variações. Outros nomes internacionais como The Beatles ou Alicia Keys também eram nomes que contribuíam para a sua evolução musical.
Aos 16 anos começou a cantar em grupos corais e em grupos de amigos onde o cante era a principal inspiração. Tal como o fado em Lisboa, o cante é um género musical onde é normal os vários grupos terem músicas originais, sendo a maior parte do seu repertório versões de temas populares ou de outros grupos. Foi nesta altura que formou o seu primeiro grupo “Os Improvisados” onde cantava música portuguesa, brasileira ou espanhola. Nesta altura, Luís Trigacheiro teve acesso a vários géneros musicais, contribuindo bastante para moldar o seu estilo musical.
Apesar da sua paixão pela música, Luís decidiu no final do 12º ano seguir para o curso de Agronomia no Instituto Politécnico de Beja, Escola Superior Agrária de Beja. De forma paralela começou a aprender guitarra clássica de forma autodidata revelando uma capacidade para criar os seus próprios arranjos, e mais um skill para as suas atuações ao vivo.
A Ascensão no “The Voice Portugal”
A vida de Luís Trigacheiro deu uma grande volta depois de ter sido inscrito por amigos no programa “The Voice Portugal”. Apesar e não ter grandes expectativas sobre a sua prestação nas provas cegas apresentou a interpretação de “As Mondadeiras” e rapidamente conquistou os quatro mentores. O seu reconhecimento pela música e pela proximidade musical de António Zambujo levou Luís a escolhê-lo para seu mentor. Com um timbre único, e grande expressividade emocional na sua voz, rapidamente foi um dos mais destacados cantores desta temporada do programa da RTP1.
Apesar da sua popularidade ainda não ser a maior com o público, Mariza Liz salvou o artista nas batalhas e o artista pouco a pouco foi conquistando o público português. A forma como conectou com a audiência programa a programa, levou Luís Trigacheiro até à final.
Na final, Luís Trigacheiro interpretou entre outras o “Amor a Portugal” tema popularizado por Dulce Pontes com uma emotividade que o levou a ser o grande vencedor do programa. A vitória não trouxe apenas o sucesso momentâneo mas também permitiu a assinatura de um contrato discográfico com a Universal Music Portugal, marcando o início da sua carreira a solo em termos profissionais.
Apesar de muitos programas destes darem a conhecer dezenas de novos artistas, só poucos tiveram um real sucesso com carreiras sustentáveis ao longo dos anos. Entre outros podemos dar como principais exemplos Fernando Daniel, Diogo Piçarra ou mesmo Cláudia Pascoal. Mas Luís Trigacheiro soube aproveitar esta oportunidade.
O Álbum de Estreia: “Fado do Meu Cante”
Em Maio de 2022, Luís Trigacheiro lança o seu primeiro álbum “Fado do Meu Cante”. O álbum é composto por 12 faixas, sendo uma fusão entre o fado e o cante alentejano, mostrando algumas das suas principais influências musicais. Entre os principais destaques deste trabalho estão temas como “Meu Nome é Saudade”, “Peixe Fora de Água” e “Quem Me Vê”, este último em colaboração com Tiago Nogueira, d’Os Quatro e Meia. Estes temas são representações do equilíbrio entre a melancolia do fado com a autenticidade do cante alentejano.
O álbum foi bem recebido e a sua primeira digressão, percorreu várias cidades do país, tendo esgotado entre outras, o Tivoli BBVA em Lisboa. Esta digressão confirmou que ao contrário de muitos outros, Luís Trigacheiro não seria apenas uma estrela da televisão, mas que podia ser um cantor com uma carreira sustentada no seu sucesso, mesmo que não estivesse presente todas as noites nos ecrãs da televisão.
O Caminho para o Novo Álbum
No ano seguinte, Luís Trigacheiro lançou “Mulher Contigo é Para Casar” em colaboração com os dois mentores com quem tinha trabalhado no “The Voice Portugal”, António Zambujo e Mariza Liz. A capacidade de juntar estes dois grandes nomes da música portuguesa, mostra que Luís Trigacheiro não se preocupa só com a sua carreira, mas também em aprender e colaborar com alguns dos melhores artistas nacionais.
Em Maio de 2024, lança o primeiro tema de avanço do segundo álbum. “Era Noite de Lua Cheia” fez com que Luís Trigacheiro retornasse ao palco do “The Voice Portugal” onde tudo começou. A canção com uma sonoridade ais moderna leva Luís a explorar mais uma vez novos géneros musicais, sem perder a sua essência no fado e no cante alentejano.
Em 2025, lançou mais um inédito. “À Espera do Fim” trás mais um dueto entre Luís Trigacheiro e desta vez Nena. A música ganhou destaque tendo entrado no Top 200 do Spotify em Portugal. Esta entrada numa tabela que cada vez trás mais prestigiado a qualquer cantor leva a que a sua popularidade venha a aumentar música a música.
2025 é também o ano da presença de Luís Trigacheiro nos grandes palcos, tendo um concerto marcado pela 25 de Outubro de 2025 no Coliseu dos Recreios em Lisboa.
O Futuro de Luís Trigacheiro
Ao contrário de muitos artistas que são meros fogachos, Luís Trigacheiro, veio para ficar na música nacional. Ocupando um espaço da música tradicional portuguesa, em muitas festas e festivais nacionais, Luís Trigacheiro trás um novo folgo num campo musical conhecido por artistas como António Zambujo, Miguel Araújo, Os Quatro e Meia ou mais recentemente Buba Espinho.
O facto de ser alentejano, e de existir espaço para os grupos de cante e artistas que se baseiam neste estilo musical, irá levá-lo a muitos eventos ligados a este género musical não só ao Alentejo como a outros locais de Portugal, ou mesmo das comunidades lusófonas um pouco por todo o mundo.
Sendo de uma nova geração, leva a que a juventude conheça melhor outros géneros musicais que não aqueles que importamos do estrangeiro, dando uma hipótese a todos aqueles artistas que continuam todos os dias com digressões por todo o país.
